por Elaine Rezende | dez 10, 2019 | Cirurgia Ginecológica, Saúde da Mulher
A endometriose é caracterizada pela presença do endométrio, que é o tecido de revestimento interno do útero, crescendo fora de seu lugar habitual, causando uma reação inflamatória. Confira a seguir cinco coisas que você precisa saber sobre a doença, que atinge entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva.
Causas
As causas da endometriose ainda não são totalmente conhecidas, porém existe uma teoria para explicar o aparecimento da doença: a cada mês, o endométrio fica mais espesso, para que um óvulo fecundado possa se implantar nele. Porém, quando não há gravidez, no final do ciclo ele descama e é expelido na menstruação. O que pode causar a endometriose é quando um pouco desse sangue migra no sentido oposto e cai nos ovários ou na cavidade abdominal, causando a lesão endometriótica.
Já sobre os fatores de risco, o que se sabe é um fator genético: se a mãe ou a irmã da paciente sofrem com a doença, há uma possibilidade maior dessa mulher desenvolver a endometriose. Alguns estudos também relacionam o fluxo menstrual mais intenso e frequente como um fator de risco.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da endometriose são a irregularidade da menstruação e fortes dores menstruais. Mas esses não são os únicos sinais de que a mulher possa ter endometriose.
Além da cólica na parte inferior do abdômen, as pacientes podem se queixar de dores na parte inferior das costas, pélvis, reto ou vagina. As dores também podem aparecer ao defecar e durante as relações sexuais.
O aparelho gastrointestinal também sofre as consequências da endometriose. Constipação, incapacidade de esvaziar o intestino, náusea ou quantidades excessivas de gases são os sintomas relacionados à essa doença.
Infertilidade
A endometriose também pode ser um indicativo quando a mulher está com dificuldades de engravidar. Cerca de 30 a 40% das mulheres que têm endometriose sofrem de infertilidade. Mas por que isso acontece?
Uma das relações mais comuns entre a endometriose e a infertilidade diz respeito à mudança na anatomia do aparelho reprodutor feminino, que apresenta alterações após inflamações causadas pela doença.
Diagnóstico
A evolução do diagnóstico da endometriose avançou bastante nos últimos anos e a doença vêm sido abordada de uma forma diferente. Antigamente, se a paciente se queixava de cólicas, o médico geralmente receitava uma medicação para dor. Mesmo quando exames eram feitos, eram de baixa especificidade, muitas vezes não detectando a doença.
Com o avanço dos estudos e as tecnologias, os médicos ginecologistas conseguem ter maior entendimento da endometriose, com maior assertividade no diagnóstico. Além de analisar as queixas da paciente, os exames complementares têm especificidade mais eficaz que os exames antigos. Tanto a ressonância nuclear magnética, como o ultrassom transvaginal com o preparo intestinal com endoscopia, são exames que possuem 95% de confiabilidade e os ginecologistas já conseguem fazer o mapeamento da doença, para poder indicar o tratamento para essa paciente.
Tratamento
Após a confirmação da endometriose, existem dois tipos de tratamento: o cirúrgico e o medicamentoso. Cabe ao médico ginecologista analisar cada caso e indicar o caminho mais indicado.
A cirurgia é indicada em casos mais avançados da doença. É feito o procedimento de videolaparoscopia, que consiste em uma câmera de vídeo e tubos finos inseridos em pequenos cortes no corpo. Com a videolaparoscopia, é possível eliminar os focos da doença e as complicações como cistos, por exemplo. Em casos mais sérios, a cirurgia serve para remover os órgãos pélvicos afetados pela doença.
Já o tratamento medicamentoso deve levar em consideração se a paciente deseja ou não engravidar. Os medicamentos são administrados para aliviar a dor e podem ser o tratamento suficiente se os sintomas são leves e as mulheres não pretendem engravidar, com tratamentos hormonais ou não-hormonais alternativos.
por Elaine Rezende | nov 23, 2019 | Saúde da Mulher
Atualmente, muitas mulheres sofrem com problemas, tanto físicos quanto psicológicos, relacionados à sua região genital, e, com isso, a busca por um novo tratamento que tem revolucionado o campo da ginecologia tem crescido cada vez mais. Esse novo tratamento recebe o nome de ginecologia regenerativa.
Todos os seres humanos, durante a sua vida, passam pelo processo de envelhecimento, que é causado por diversos fatores, sendo eles intrínsecos e extrínsecos; e esse processo gera a perda de funcionalidade de diferentes partes do corpo, e com a vagina da mulher não é diferente. É aí que entra a ginecologia regenerativa.
Ginecologia regenerativa funcional e estética é o nome dado ao conjunto de procedimentos que buscam devolver a funcionalidade e a estética à área genital da mulher, que é perdida ao longo da vida. O objetivo principal da ginecologia regenerativa é rejuvenescer, restaurar a anatomia do assoalho pélvico, estimular a sexualidade e harmonizar a região, recuperando a autoestima e a confiança da mulher. Esses procedimentos atuam em toda área genital feminina, tanto na região vulvar, incluindo os pequenos lábios, grandes lábios, clitóris, quando na vagina, nas paredes vaginais e na área perineal.
Fatores que causam a perda funcional e estética da área genital feminina
Existem diversos fatores que acarretam a perda de funcionalidade e da estética da região vaginal. O fator cronológico pode ser considerado o principal deles, é um fator intrínseco, pois toda mulher irá envelhecer, é característica normal do próprio organismo e não podemos prevenir isso.
A menopausa se encaixa no fator cronológico, já que, quando a mulher está em idade mais avançada, ela para de menstruar, porque os ovários cessam a produção de hormônios relacionados à fertilidade. Com ela, vem a atrofia genital e, em consequência, sintomas que diminuem a qualidade de vida da mulher, como, por exemplo, o ressecamento vaginal, que causa dor durante a relação sexual, e a perda urinária, que ocorre pela perda da sustentação da uretra e pode gerar infecções urinárias com frequência.
Como fatores extrínsecos, temos, por exemplo, traumas obstétricos – como um parto que lacerou a musculatura vaginal –, variações de peso, leucorreia crônica, tabagismo, etilismo. Esses são fatores que colaboram para o envelhecimento e que podem ser prevenidos, contudo, quando já estão instalados, precisa haver uma regeneração.
Existe algum procedimento ideal?
Ao buscar pela ginecologia regenerativa, a pergunta que as pacientes mais fazem aos médicos é: existe algum procedimento ideal? Há algum que seja mais recomendado?
Desde que surgiu a ginecologia regenerativa, diversos recursos foram estudados e aprimorados para oferecer o melhor tratamento à mulher, para dar a ela qualidade de vida. Todos esses procedimentos têm apresentado resultados impressionantes, mas cada um deles age de uma forma e pode ser mais indicado em casos distintos. É essencial que, antes de realizar qualquer um deles, haja uma avaliação meticulosa e integrada.
É necessário avaliar a mucosa vaginal, a pele da vulva, assim como o subcutâneo e a musculatura da área genial, pois pode ser que exista, por exemplo, uma rotura perineal, em que a musculatura precisa ser reconstruída.
Dentre os tratamentos, temos: terapia de reposição hormonal, estimulação da musculatura perineal com correntes, peelings, cosmecêuticos, preenchimentos, enxerto de gordura, depilação a laser, microagulhamentos, fios de PDO, ultrassom microfocado, laser vaginal, radiofrequência, as cirurgias íntimas, que são cirurgias que restauram os pequenos lábios e o clitóris, por exemplo, e as cirurgias vaginais avançadas, de prolapsos, de períneo, que também são muito importantes.
Os recursos mais utilizados, na atualidade, pela ginecologia regenerativa são o laser e a radiofrequência. Esses dois procedimentos têm feito maior sucesso dentre os médicos e pacientes por serem minimamente invasivos e oferecer melhores resultados e rápida recuperação, são altamente indicados para tratar a atrofia vaginal, os demais sintomas da menopausa e a perda urinária, sintomas mais relacionados à funcionalidade da região genital feminina.
O laser utilizado é o de CO2 ou o laser Érbio, que é aplicado através de ondas eletromagnéticas que disparam raios de luz e calor ao entrarem em contato com o tecido vaginal, gerando uma contração, que estimula a produção de colágeno e recupera a tensão e a elasticidade tecidual. Esses procedimentos, como foi exposto, oferecem rápida recuperação e poucas reações adversas, podendo haver certa vermelhidão e edema após a sua realização. O laser e a radiofrequência não são recomendados para pacientes gestantes, com fotossensibilidade, com infecções ativas e pacientes que possuem diabetes. Neste caso, o médico, junto à paciente, deve buscar outro tratamento.
Para as mulheres que buscam melhorias mais estéticas, os procedimentos procurados são: a cirurgia íntima, que propõe a remodelação dos lábios, criando uma harmonização, já que algumas mulheres possuem os lábios menores sobressalentes; o preenchimento dos lábios maiores, criando também uma aparência mais harmônica e acabando com a flacidez, causada muitas vezes por perda de peso ou até mesmo pela passagem natural do tempo; e o clareamento genital, realizado com peelings químicos, ácido hialurônico ou até mesmo com o laser de CO2 fracionado, com a finalidade de clarear a região íntima, que escurece com o passar dos anos.
Por isso, é imprescindível que qualquer mulher que deseje realizar um procedimento de ginecologia regenerativa procure um profissional qualificado para avaliar qual é o mais recomendado.
por Elaine Rezende | set 11, 2019 | Saúde da Mulher
A endometriose é uma doença que acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva e se caracteriza pela existência do endométrio (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero.
O ganho de peso e o consequente aumento do tecido adiposo (gordura), produzem excesso de hormônios femininos e levam a gravidade da doença, com a desenvolvimento de sintomas como: dor, inchaço, irritabilidade, fadiga e inflamação.
A nutrição tem papel fundamental, pois modula, através de nutrientes, especialmente antioxidantes, os fatores inflamatórios e imunológicos, além de auxiliar no processo de destoxificação, auxiliando na eliminação de toxinas.
Uma dieta balanceada, promove a ingestão equilibrada de macro e micronutrientes, auxiliando de maneira positiva o tratamento da endometriose.
Algumas dicas:
Aumentar o consumo de frutas, legumes e verduras; incluir sementes, grãos, temperos naturais, carnes magras, peixes, ovos, oleaginosas, óleos (gergelim, linhaça, oliva), frutas vermelhas secas.
Evitar / diminuir a ingestão de alimentos inflamatórios: proteínas animais (excesso), frituras, embutidos, bebidas alcoólicas, refinados (açúcar, grãos com presença de glúten – trigo, centeio, espelta, cevada e aveia), soja, processados, ômega 6 (óleos em geral), além de produtos com presença de corantes e conservantes.
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Flávia Zibordi Camargo
Nutricionista / CRN3 – 3472
por Elaine Rezende | ago 19, 2019 | Saúde da Mulher
O que é?
Os implantes hormonais são métodos que foram desenvolvidos para evitar a gravidez e os desconfortos do ciclo menstrual. No entanto, alguns implantes hormonais trazem como benefício, além de acabar com a menstruação e seus incômodos, a redução de gordura corporal, aumento da massa muscular, aumento da libido, etc.
Isso ocorre porque o hormônio presente nesses implantes, a gestrinona, aumenta a testosterona natural feminina, ou seja, um hormônio androgênico – melhora a testosterona feminina sem que se administre esse hormônio. Esses hormônios têm seu uso aprovado pela Anvisa e de fato eles causam um efeito colateral benéfico por assim dizer, porém deve-se ressaltar que estamos falando de um tratamento ginecológico. Ou seja, existem indicações e contraindicações e quem pode avaliar isso é o ginecologista.
Chip da beleza
Muitas pessoas chamam os implantes de “chip da beleza”, e esse nome se deu justamente por seus efeitos colaterais estéticos, porém esse nome é erroneamente usado já que o efeito principal desejado não é o efeito estético e sim, anticoncepcional.
Como é usado:
O implante é um tubo de silicone fino contendo a medicação e ele é inserido na pele via uma incisão pequena. A medicação vai sendo liberada e absorvida pelo organismo. A duração do implante vai de 6 meses a 1 ano e podem ser substituídos se for o desejo da paciente.
Indicações:
As principais indicações podem ser:
– tratamento da menopausa;
– tratamento da TPM;
– tratamento de algumas doenças ginecológicas como miomas;
– anticoncepção.
Em geral, quem mais se beneficia dos implantes hormonais são mulheres que usam anticoncepcionais tradicionais mas que relatam perda de libido, ou que querem ter melhor contorno corporal, maior tônus muscular. Para mulheres em climatério que relatam pouca disposição, cansaço, ressecamento vaginal, e que apresentam perda de massa óssea e muscular, o uso dos implantes pode trazer grandes benefícios.
É recomendado, porém, que a mulher esteja dentro do peso ideal, tenha boa alimentação e pratique atividade física de forma regular.
Foto: Elmeco Implantes Hormonais
por Elaine Rezende | ago 2, 2018 | Saúde da Mulher
O herpes genital é uma doença sexualmente transmissível de alta prevalência, transmitida por vírus e que ataca a pele ou as membranas mucosas dos genitais masculinos e femininos. Uma vez dentro de um organismo, dificilmente esse vírus será eliminado, porque se aproveita do material fornecido pelas células do hospedeiro para sua replicação.
Tipos:
O herpes genital pode ter duas causas:
- Vírus da herpes simples tipo 1 (HSV-1): responsável por infecções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contato com este vírus na infância.
- Vírus da herpes simples 2 (HSV-2): transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca coceira e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais.
Causas:
A infecção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contato oral-genital. Isto é, pode-se pegar herpes genital na boca ou herpes oral na área genital. A transmissão ocorre através do contato sexual desprotegido.
Sintomas:
Ardor, coceira, formigamento, feridas na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar.
Deve-se ter muita atenção com o herpes genital na gravidez, pois ele pode provocar abortamento espontâneo. Por isso, as gestantes devem ter atenção redobrada e procurar o ginecologista aos primeiros sintomas.
Tratamento:
O aciclovir é a droga usada para o tratamento do herpes genital. No entanto, o tratamento deve ser adequadamente prescrito pelo médico e nunca se deve fazer o uso de produtos por conta própria.
Recomendações:
* A melhor maneira de prevenir o herpes genital é usar preservativo nas relações sexuais;
* Mesmo que a mulher não tenha lesões visíveis, deve informar o médico de que é portadora do vírus do herpes genital, se pretende engravidar;
por Elaine Rezende | jul 20, 2018 | Saúde da Mulher
O que é?
A atrofia vaginal é um assunto pouco falado que pode causar sofrimento a muitas mulheres. De acordo com estudo da Universidade de São Paulo, uma em cada quatro brasileiras afirma que seu desejo não é tão forte quanto gostaria ou relata dificuldades para chegar ao orgasmo.
Com o passar dos anos ocorre uma queda dos níveis de estrogênio e glicogênio, causando mudança drástica na pele da vagina. A espessura e a elasticidade da pele diminuem, causando ressecamento vaginal, flacidez, ardor, aumento de infecções vaginais, dor no ato sexual e incontinência urinária.
O laser vaginal é um tratamento que pode ajudar no tratamento da atrofia vaginal e também para mulheres que sofrem com incontinência urinária.
Como age o laser vaginal?
O laser de CO2 é uma aplicação geralmente indolor, realizada em consultório e que dura cerca de 15 minutos. Sua atuação se dá através do estímulo do colágeno (proteína que dá sustentação à pele) contido nas paredes da vagina, o que promove a reidratação e a restauração funcional do tecido, combatendo ressecamento, fragilidade e perda de elasticidade de mucosa.
Benefícios do laser vaginal:
O estreitamento vaginal obtido pela produção de colágeno é capaz de permitir um contato mais íntimo durante a relação sexual e, ou seja, uma melhora tátil, melhorando a autoconfiança e prazer sexual da mulher. Além disso, há um aumento na lubrificação.
O laser vaginal não é um tratamento estético, mas devido aos efeitos benéficos do tratamento, muitos chamam de rejuvenescimento, já que ele restaura a funcionalidade perdida com o tempo. Além da atrofia vaginal, o laser é usado no tratamento da incontinência urinária, condição que costuma aparecer com maior frequência após a menopausa.
Uma das vantagens do tratamento é o fato de ser uma opção pouca invasiva, permitindo que a mulher retorne às suas atividades em seguida à aplicação.