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Endometriose

Conheça o procedimento

O que é?

A Endometriose é caracterizada pela presença do endométrio, que é o tecido de revestimento interno do útero, crescendo fora de seu lugar habitual, causando uma reação inflamatória.

É uma afecção que pode causar um espectro bastante grande de sintomas e apresentações clínicas, tradicionalmente fazendo com que as mulheres apresentem episódios de dismenorreia (cólica menstrual) progressiva, dor às relações sexuais, além de dificuldade para engravidar. Dependendo da localização e da característica dos focos, principalmente se houver infiltração a estruturas adjacentes aos genitais internos, podem causar também sintomas gastrintestinais, genito urinários, sintomas relacionados a compressão nervosa e outros.

Podemos dividir a endometriose em superficial e profunda. Na endometriose superficial, o tecido implanta-se no peritônio, mas não infiltra o tecido. Já na profunda, por definição, o endométrio infiltra-se mais de 0,5 cm para dentro do peritônio. Esta forma é mais agressiva e está relacionada aos casos mais graves e sintomáticos.

Os locais mais acometidos na pelve estão localizados em compartimento posterior, ou seja, atrás do útero. Os locais mais frequentes são os ligamentos útero-sacros, principalmente o esquerdo, seguido de ovários, retossigmoide, vagina, septo retovaginal. O compartimento anterior é menos comprometido, sendo raros os casos que comprometem as vias urinárias- bexiga, ureter e uretra.

Sintomas

É uma doença  cujo espectro de acometimentos clínicos e orgânicos varia muito. Algumas mulheres apresentam-se bastante sintomáticas, outras não. Algumas apresentam quadros de doença bastante agressiva, com disseminação dos focos principalmente no compartimento posterior da pelve, outras apresentam um quadro de doença mais localizada e não tão agressiva. Agressividade esta que pode, inclusive, levar a consequências graves como exclusão renal ou obstrução intestinal em situações extremas. O fato é que esta doença pode causar uma perda de qualidade de vida bastante significativa em algumas mulheres, associada ou não a dificuldade para engravidar.

A endometriose é um problema comum. Às vezes, ela pode ocorrer em várias gerações de uma mesma família. Normalmente a doença é diagnosticada entre 25 e 35 anos, porém é mais provável que ela se inicie antes, logo quando se inicia a menstruação regular. Sendo assim, a doença pode permanecer assintomática por muitos anos.

A cólica menstrual  não é um sintoma natural na vida da mulher, no caso de dismenorreia progressiva, ou dor às relações, procure seu médico. O tratamento iniciado precocemente é mais simples e aumenta as chances de cura. A endometriose é uma das maiores causas de infertilidade, porém com tratamento adequado, o quadro pode ser revertido.

Causas:

Como a endometriose aparece, até hoje não sabemos exatamente, mas existem várias teorias que explicam a doença. Sua prevalência gira em torno de  15% da população feminina, podendo chegar a 30 a 50% em mulheres com dificuldade para engravidar

A teoria mais antiga data de 1927, que é a da menstruação retrógrada, ou seja, o sangue menstrual pode refluir pelas tubas uterinas e células endometriais podem se implantar e também em algumas situações se infiltrar em outros locais fora do útero Acontece que cerca de 90% das mulheres apresentam menstruação retrógrada, o que faz com que esta teoria isoladamente não explique completamente a doença. Acreditamos que além da menstruação retrógrada, exista uma falha no sistema imunológico que permita que este tecido implante ou se infiltre.

Existem outras teorias relacionadas a disseminação linfática ou hematogênica do endométrio, o que explica os focos de endometriose extra-pélvica (pulmão, cérebro, olhos, canal lacrimal, etc.), que são mais raros.

 

Fato curioso e que explica outra teoria, é que a endometriose pode ocorrer em homens e também em mulheres que não menstruam. Acredita-se que nestes casos ocorra um fenômeno chamado mullerianose, que é a capacidade do mesotélio (camada de células que reveste internamente o tórax, abdome e o espaço em torno do coração) se transformar em outros tipos de tecido, entre eles, o tecido endometrial.

As alterações no modo de vida das mulheres, podem estar relacionadas ao surgimento da doença.  Maiores situações de estresse a que as mulheres estão expostas, associadas ao aumento da quantidade de ciclos menstruais que apresentam, (comparativamente com épocas passadas, onde as mulheres engravidavam mais cedo e mais vezes e consequentemente, menstruavam muito menos durante a vida reprodutiva), parecem contribuir com as causas da endometriose.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico e exames de imagem.

Os exames que atualmente utilizamos para diagnosticar são: ressonância nuclear magnética, ultrassom transvaginal com preparo intestinal especializado e ecocolonoscopia.

Estes exames tem alta sensibilidade e especificidade e permitem que a pelve seja mapeada com identificação das lesões.

Tratamento

O tratamento vai depender do quadro clínico e do desejo da paciente engravidar.

No caso de indicação cirúrgica, geralmente optamos por realizar a cirurgia por vídeo ( laparoscopia?)  , sendo o mapeamento das lesões supra citados essencial para planejamento da equipe cirúrgica.

A cirurgia, nos moldes atuais, deve ser feita de modo a tentar remover todas  as lesões visíveis, devendo o cirurgião ser radical com a doença, porém sempre ter o  intuito (no caso da paciente desejar), de preservar a fertilidade, assim como a boa funcionalidade dos órgãos e sistemas, como trato gastrintestinal, geniturinário e estruturas nervosas.

O tratamento clínico pode ser feito antes da cirurgia ou depois. Existem várias linhas de tratamento medicamentoso. As mais tradicionais são os medicamentos a base de progesterona, estro progestativos e análogos de GnRH.

Tratamentos complementares como fisioterapia pélvica, acupuntura e psicoterapia também podem ser indicados.